segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Não Indico: Flor de Laranjeira (vestido)

Esse foi, sem dúvida, o maior problema do meu casamento.

A costura da Marli (dona do Flor de Laranjeira) foi bem avaliada por uma pessoa que eu confio cegamente na opinião, então eu resolvi fazer o meu vestido lá. Eu levei mais de trinta fotos minhas usando o modelo que eu gostaria que ela reproduzisse (que era original de uma loja da Tijuca, mas eu não queria ter que ficar indo à Tijuca para fazer mil provas e queria uma renda mais nobre). Ela disse que conseguia fazer. Eu escolhi a renda (e foi uma renda até bem cara), fiz a aprovação do bordado e fiquei aguardando a prova.

Apesar de ter assinado o contrato em Abril de 2013 e já ter o vestido quitado em Maio de 2013, minha primeira prova foi só no final de Fevereiro de 2014, ou seja, quase um ano depois e, na ocasião, era prova só do forro. Quando eu fui lá ver o forro, já tinha coisa errada... A parte do busto (uma das minhas preferidas do vestido) não estava boa. A Marli disse que ia arrumar...

Diversas vezes eu liguei cobrando novas provas e apenas ouvia "Ela vai ligar quando for para você vir", "Confia, vai dar tudo certo" mas eu não sou uma pessoa de "confiar". Sou extremamente perfeccionista e exigente, então não existe essa de "confiança". No meu casamento, todos os meus fornecedores disseram o quanto eu fui uma noiva tranquila, mas não tinha como não ser: eu estava trabalhando com os melhores (e vocês podem ver isso pelas notas das avaliações). Alguns chegaram a dizer que nunca viram uma noiva tão fácil de se trabalhar, mas eles só acharam isso porque eram os melhores, então eu não tinha nenhuma crítica negativa para fazer. Basicamente, eu sou o pior pesadelo do profissional imperfeito e o sonho do perfeito rs

Quando eu via o que estava contratando (e, se eu estava contratando, é poque atendia aos meus altíssimos padrões de exigência), eu ficava tranquila. Tem noiva que apoquenta o fornecedor, liga direto, enche o saco... Eu não fui assim. Me mostravam o serviço e eu avaliava: é perfeito? É digno do meu Grande Dia? Se sim, eu fechava; caso contrário, tchau e bênção. Quando fechava, me esforçava logo para pagar a vista, escolhia o que tinha que escolher e pronto, fim de papo. Tem noiva que fica querendo dar pitaco no trabalho do profissional... Eu não acho isso errado >>SE<< o profissional ainda não atende às suas expectativas. Os meus atendiam, então eu não tinha porque interferir. Eu sei que sou difícil de agradar mas - visivelmente - não é impossível. Era bem comum eu desconsiderar algum fornecedor e o meu marido (na época, meu noivo) e madrinhas que me acompanhavam dizerem "Mas por quê? Estava perfeito!" mas simplesmente não estava... Quando aparecia um perfeito, eu dizia "ESTE sim, está perfeito" e todos me davam razão. É bastante simples: se me agradar, com certeza vai agradar a todos. Se não me agradar, é possível que agrade muita gente, mas com certeza, não a todos. E se me agradasse, eu me tornava um pêssego de tão doce. Se não agradasse, pulava fora.

Com o vestido, a costura agradava, mas eu ainda não tinha o modelo pronto e aquela espera sem fim estava me deixando muito incomodada e, convenhamos, com razão. Faltava menos de um mês para o meu casamento e eu ainda não tinha visto o meu vestido (só o forro, uma vez, em Fevereiro), apesar das insistentes tentativas de prova. Faltando duas semanas para o meu casamento, quado eu liguei para cobrar novamente uma prova, marcaram a data. Ver o vestido foi uma decepção. Ele simplesmente estava errado, todo errado. Estava tão errado que eu sequer reconheci. Quando entrei no quarto e vi um vestido em um manequim, ignorei, até que a Marli disse "Olha aí o seu vestido" e eu perguntei, sem acreditar: "É isso aí?"
Provei nem sei porque... As lágrimas desciam, era decepcionante. O bordado estava lindo, a renda era impecável, mas o modelo em si estava horrível. De lá mesmo eu liguei para a minha madrinha e pedi que ela visse se a loja da Tijuca ainda tinha o modelo e, graças a Deus, tinham. Ela marcou a minha visita lá no dia seguinte, terça-feira, dia 18/08/2014. A Marli disse que faria todas as alterações no vestido para que ele ficasse perfeito, mas não tinha jeito, só se ela fizesse milagre. Ela teve um ano e meio para isso e foi irresponsabilidade colocar uma noiva exigente para fazer a primeira prova de vestido faltando menos de quinze dias para o casamento.

Terça-feira eu fui até a Tijuca. Um pequeno susto: não tinha 38, só 40 e ficou imenso... Disseram que podiam ajustar, mas eu já estava suando frio e ficou grande DEMAIS, não me parecia ser possível fazer um ajuste... Depois de uma segunda procura, encontraram um modelo 38, usado. Eu não tinha escolha. Faltavam 11 dias para o meu casamento e não era tempo suficiente para vir um vestido 38 novinho de São Paulo. Eu teria que usar um vestido de segundo aluguel. Fizeram as marcações de tudo o que ainda tinha que apertar e marcaram para eu voltar na quinta, dia 21.
Quarta, dia 20, fui até a loja Flor de Laranjeira cancelar o contrato e reaver o dinheiro. A Marli tinha, de fato, feito alterações no vestido, mas ainda estava muito longe do aceitável.
Dia 21 eu voltei para Tijuca, assinei o contrato na nova loja (Tutti Sposa), paguei, levei o sapato para medir a bainha certinho e marquei a última prova dia 28, que também seria o dia da retirada.


O motivo de eu não indicar a loja Flor de Laranjeira foi o desrespeito sem fim e irresponsabilidade. Eles estavam fazendo um vestido do zero. O vestido foi fechado faltando um ano e meio para o casamento... O que não faltou foi tempo para fazerem mil e uma provas, até ficar como o da foto.
Por conta da irresponsabilidade deles, eu tive que usar um vestido de segundo aluguel e não tive tempo de fazer todas as alterações que eu queria (porque o Departamento de Alterações já estava lotado de vestidos de noivas que fecharam seus vestidos faltando mais de duas semanas para o casamento). Eu não gostava da renda, eu não gostava do bordado e eu não podia mudar porque não tinha tempo. E o único motivo de não ter tempo foi porque a loja Flor de Laranjeira me pediu "confiança" por um ano e meio, em vez de fazer o trabalho deles em um tempo razoável para que pudessem fazer alterações ou até cancelar o contrato mesmo, mas sem me prejudicar, como aconteceu.
Eu ia viajar na semana anterior ao casamento e, na semana anterior a minha viagem, eu tive uma semana do cão, sem vestido para o dia mais importante da minha vida.

Eu vi o modelo em Março de 2013. Se tivesse fechado direto na Tutti Sposa, teria tido tempo de vir um vestido 38 novinho, fazer toooodas as alterações que eu queria e estaria tudo lindo e maravilhoso mas, infelizmente, eu confiei em uma empresa que não fez nada além de me dar dor de cabeça e impedir que eu usasse o vestido perfeito no meu Grande Dia. Foi muito chato, eu fiquei muito chateada e não indico essa loja para ninguém. Quem não tem responsabilidade, não pode trabalhar com noiva.

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